Chegou Junho, o mês mais Nordestino do mundo
(pelo menos no Brasil). Neste mês acontece alguns fenômenos engraçados, entre
eles o mais curioso é a felicidade e facilidade com que as pessoas DANÇAM! Pois
é, aposto que se fosse feito uma avaliação de quanto você dança no ano, o mês
de Junho concentraria grande parte do seu gasto calórico na dança. Mas o que é
o Forró?
Existem, até hoje, discussões acerca das origens
e explicações para o nome “FORRÓ”, e a mais aceita e defendida pelos estudiosos
é de que o nome é uma corruptela de “forrobodó”, expressão em dialeto africano
que significa festa, farra. Ou seja, o termo Forró a princípio servia
especialmente para indicar o local onde seria a “festa”, e lá com certeza haveria
muita dança. Bem, que dançar Forró é uma farra “boa que só”, isso a gente já
sabe, mas não é só no nome que a influência africana incide, ou você pensa que
dançar “juntinho, coladinho, agarradinho” é coisa de europeu!? Na verdade o
Forró é uma mistura tão boa, mas tão boa, que só podia dar nisso: fazer todo
mundo dançar. Ele usa elementos rítmicos e melódicos de matriz africana e
européia; os instrumentos também (lembrando que os instrumentos característicos
do Forró são o triângulo, a zabumba e a sanfona); a dança também é uma mistura
de danças européias (Schottisch, Quadrilha, Polca) com o Côco, o Xaxado, o
Baião e o Arrastapé, brasileiríssimos. Mas e o Forró enquanto Dança de Salão,
onde se encaixa? Dentre os “forrós” da Dança de Salão podemos citar o forró
pé-de-serra (mais tradicional) e o forró eletrônico (mais estilizado). Talvez
você esteja se perguntando: e o universitário? Acontece que o Forró, enquanto
Dança de Salão, é uma modalidade que agrega várias danças e vários gêneros
musicais (assim como a Salsa), e considerando que as Danças de Salão
encontram-se em constante pesquisa, temos que o Forró evoluiu, e hoje algumas
figuras de outras danças foram incorporadas, e outras foram criadas, tornando-o
uma dança mais elaborada. Alguns preferem chamar esse Forró que agrega o
pé-de-serra e utiliza passos mais elaborados de “universitário”, contudo, é
mais crível pensar que o pé-de-serra evoluiu, assim como outras Danças de
Salão.
Enquanto música, o Forró tradicional tem o
glorioso e saudoso Luiz Gonzaga como seu maior intérprete. Já o forró
eletrônico, enquanto música, surge no início dos anos 1990 e a primeira a
demonstrá-lo foi a banda Mastruz com Leite. O forró eletrônico insere os
instrumentos eletrônicos: guitarra, baixo elétrico, teclado, e outros elementos
que não estão presentes no pé-de-serra, como também mudam a temática das
músicas, falando de temas que interessam mais aos jovens: amor, temas urbanos,
enfim, passando a não falar exclusivamente dos temas “nordestinos”: a seca, o
homem do sertão, a religião, entre outros. Alguns puristas mantém sérias
ressalvas acerca da “qualidade” do Eletrônico, por causa das letras e outras
coisas. Já os defensores do Eletrônico afirmam que este novo forró demonstra um
Nordeste mais bonito, mais vivo. Enquanto dança, não se observa grandes
diferenças entre o pé-de-serra e o eletrônico, coreograficamente falando, mas o
fato de o segundo misturar elementos de outros gêneros musicais, permite também
que a dança se aproprie de alguns desses elementos (da lambada, por exemplo), o
que, claro, modifica sua essência. Podemos dizer que o Forró ensinado hoje
(música ou dança) tem de preservar as características mais originais, inserindo
também novas figuras coreográficas, adaptadas ou criando novas possibilidades
para essa modalidade e gênero musical. Lembramos que independente do forró ser
eletrônico ou pé-de-serra, falar de amor ou do Nordeste (que também é minha
paixão), cantado por homem ou mulher, vamo combinar que dançar Forró é bom
demais!