quinta-feira, 6 de junho de 2013

E vamo Forrozar meu povo!

        Chegou Junho, o mês mais Nordestino do mundo (pelo menos no Brasil). Neste mês acontece alguns fenômenos engraçados, entre eles o mais curioso é a felicidade e facilidade com que as pessoas DANÇAM! Pois é, aposto que se fosse feito uma avaliação de quanto você dança no ano, o mês de Junho concentraria grande parte do seu gasto calórico na dança. Mas o que é o Forró? 
          Existem, até hoje, discussões acerca das origens e explicações para o nome “FORRÓ”, e a mais aceita e defendida pelos estudiosos é de que o nome é uma corruptela de “forrobodó”, expressão em dialeto africano que significa festa, farra. Ou seja, o termo Forró a princípio servia especialmente para indicar o local onde seria a “festa”, e lá com certeza haveria muita dança. Bem, que dançar Forró é uma farra “boa que só”, isso a gente já sabe, mas não é só no nome que a influência africana incide, ou você pensa que dançar “juntinho, coladinho, agarradinho” é coisa de europeu!? Na verdade o Forró é uma mistura tão boa, mas tão boa, que só podia dar nisso: fazer todo mundo dançar. Ele usa elementos rítmicos e melódicos de matriz africana e européia; os instrumentos também (lembrando que os instrumentos característicos do Forró são o triângulo, a zabumba e a sanfona); a dança também é uma mistura de danças européias (Schottisch, Quadrilha, Polca) com o Côco, o Xaxado, o Baião e o Arrastapé, brasileiríssimos. Mas e o Forró enquanto Dança de Salão, onde se encaixa? Dentre os “forrós” da Dança de Salão podemos citar o forró pé-de-serra (mais tradicional) e o forró eletrônico (mais estilizado). Talvez você esteja se perguntando: e o universitário? Acontece que o Forró, enquanto Dança de Salão, é uma modalidade que agrega várias danças e vários gêneros musicais (assim como a Salsa), e considerando que as Danças de Salão encontram-se em constante pesquisa, temos que o Forró evoluiu, e hoje algumas figuras de outras danças foram incorporadas, e outras foram criadas, tornando-o uma dança mais elaborada. Alguns preferem chamar esse Forró que agrega o pé-de-serra e utiliza passos mais elaborados de “universitário”, contudo, é mais crível pensar que o pé-de-serra evoluiu, assim como outras Danças de Salão.
       Enquanto música, o Forró tradicional tem o glorioso e saudoso Luiz Gonzaga como seu maior intérprete. Já o forró eletrônico, enquanto música, surge no início dos anos 1990 e a primeira a demonstrá-lo foi a banda Mastruz com Leite. O forró eletrônico insere os instrumentos eletrônicos: guitarra, baixo elétrico, teclado, e outros elementos que não estão presentes no pé-de-serra, como também mudam a temática das músicas, falando de temas que interessam mais aos jovens: amor, temas urbanos, enfim, passando a não falar exclusivamente dos temas “nordestinos”: a seca, o homem do sertão, a religião, entre outros. Alguns puristas mantém sérias ressalvas acerca da “qualidade” do Eletrônico, por causa das letras e outras coisas. Já os defensores do Eletrônico afirmam que este novo forró demonstra um Nordeste mais bonito, mais vivo. Enquanto dança, não se observa grandes diferenças entre o pé-de-serra e o eletrônico, coreograficamente falando, mas o fato de o segundo misturar elementos de outros gêneros musicais, permite também que a dança se aproprie de alguns desses elementos (da lambada, por exemplo), o que, claro, modifica sua essência. Podemos dizer que o Forró ensinado hoje (música ou dança) tem de preservar as características mais originais, inserindo também novas figuras coreográficas, adaptadas ou criando novas possibilidades para essa modalidade e gênero musical. Lembramos que independente do forró ser eletrônico ou pé-de-serra, falar de amor ou do Nordeste (que também é minha paixão), cantado por homem ou mulher, vamo combinar que dançar Forró é bom demais!